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O MESSIAS DE BELÉM NUNCA
EXISTIU NEM PODERÁ EXISTIR
O Cristianismo se baseou em
adaptação de textos do velho testamento ao Jesus de Nazaré, tornando-o o
Messias predito. Mas a realidade que a própria Bíblia mostra é que o
messias prometido pelo profeta Miquéias nunca existiu, nem poderá
existir. Neste artigo é fácil entender por quê.
Nos dias em que a Assíria subjugara o reino de Israel, e Judá ainda
estava parcialmente livre, o profeta chamado Miquéias predisse um
libertador do povo, nascido em Belém, a quem outro profeta chamou
ungido, messias em hebraico, cristo em grego. Vejam quando ele deveria
vir e o que deveria fazer:
“Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de
Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas
saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.
Portanto os entregará até o tempo em que a que está de parto tiver dado
à luz; então o resto de seus irmãos voltará aos filhos de Israel. E ele
permanecerá, e apascentará o povo na força do Senhor, na excelência do
nome do Senhor seu Deus; e eles permanecerão, porque agora ele será
grande até os fins da terra. E este será a nossa paz. Quando a Assíria
entrar em nossa terra, e quando pisar em nossos palácios, então
suscitaremos contra ela sete pastores e oito príncipes dentre os homens.
Esses consumirão a terra da Assíria à espada, e a terra de Ninrode nas
suas entradas. Assim ele nos livrará da Assíria, quando entrar em nossa
terra, e quando calcar os nossos termos. E o resto de Jacó estará no
meio de muitos povos, como orvalho da parte do Senhor, como chuvisco
sobre a erva, que não espera pelo homem, nem aguarda filhos de homens.
Também o resto de Jacó estará entre as nações, no meio de muitos povos,
como um leão entre os animais do bosque, como um leão novo entre os
rebanhos de ovelhas, o qual, quando passar, as pisará e despedaçará, sem
que haja quem as livre. A tua mão será exaltada sobre os teus
adversários e serão exterminados todos os seus inimigos. Naquele dia,
diz o Senhor, exterminarei do meio de ti os teus cavalos, e destruirei
os teus carros; destruirei as cidade da tua terra, e derribarei todas as
tuas fortalezas. Tirarei as feitiçarias da tua mão, e não terás
adivinhadores; arrancarei do meio de ti as tuas imagens esculpidas e as
tuas colunas; e não adorarás mais a obra das tuas mãos. Do meio de ti
arrancarei os teus aserins, e destruirei as tuas cidades. E com ira e
com furor exercerei vingança sobre as nações que não obedeceram.”
(Miquéias, 5: 2-15).
Isso foi escrito, pelo menos está dito que foi, “nos dias de Jotão Acaz
e Ezequias reis de Judá” (Miquéias, 1: 1).
Vamos ver um pouco da história, para entender as palavras de Miquéias:
“No ano duodécimo de Acaz, rei de Judá, começou a reinar Oséias, filho
de Elá, e reinou sobre Israel, em Samária nove anos. E fez o que era mau
aos olhos do Senhor, contudo não como os reis de Israel que foram antes
dele. Contra ele subiu Salmanasar, rei da Assiria; e Oséias ficou sendo
servo dele e lhe pagava tributos. O rei da Assíria, porém, achou em
Oséias conspiração; porque ele enviara mensageiros a Sô, rei do Egito, e
não pagava, como dantes, os tributos anuais ao rei da Assíria; então
este o encerrou e o pôs em grilhões numa prisão. E o rei da Assíria
subiu por toda a terra, e chegando a Samária sitiou-a por três anos. No
ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou Samária, e levou Israel
cativo para a Assíria; e fê-los habitar em Hala, e junto a Habor, o rio
de Gozã, e nas cidades dos medos. (II Reis, 17: 1-6).
O segundo Livro dos Reis informa que: “No ano décimo quarto do rei
Ezequias, subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra todas as cidades
fortificadas de Judá, e as tomou. Pelo que Ezequias, rei de Judá, enviou
ao rei da Assíria, a Laquis, dizendo: Pequei; retira-te de mim; tudo o
que me impuseres suportarei. Então o rei da Assíria impôs a Ezequias,
rei de Judá, trezentos talentos de prata e trinta talentos de ouro” (II
Reis, 18: 134, 14).
Quando deveria vir o Messias? “Quando a Assíria entrar em nossa terra, e
quando pisar em nossos palácios”, disse o profeta.
Segundo o profeta, quando a Assíria tentasse dominar Judá, surgiria o
Messias e a esmagaria, libertaria Israel, estabelecendo o reino
unificado de Israel sobre todas as nações, "até os fins da Terra”.
O reino de Judá permaneceu parcialmente livre por bom tempo (digo
parcialmente, porque o povo continuava em sua terra, tendo seus reis,
porém pagando tributo para a Assíria). A Acaz, sucederam: Ezequias (16:
20), Manassés (18:21), Amom (18: 21), e Josias (21: 24), o que
determinou uma reforma do templo, onde dizem ter sido achado o livro da
lei de Moisés (II Reis, 22: 1-8). “Então disse o sumo sacerdote Hilquias
ao escrivão Safã: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E Hilquias
entregou o livro a Safã, e ele o leu” (v. 8). Dadas as incongruências
existentes na história pregressa, concluíram alguns analistas que esse
livro da lei não fora encontrado, mas elaborado pelos escribas do reino
e posto ali a mando de Josias (Ver detalhes). Havia até a seguinte
predição:
“E o homem clamou contra o altar, por ordem do Senhor, dizendo: Altar,
altar! assim diz o Senhor: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo
nome será Josias; o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos
que sobre ti queimam incenso, e ossos de homens se queimarão sobre ti”
(II Reis, 13: 2). Tudo parece ter sido elaborado, com todos os
assombrosos prodígios divinos e a predição sobre Josias, para levantar o
ânimo do povo na luta para reunificar o reino.
Após matar os sacerdotes adoradores de outros deuses e destruir tudo que
estivesse ligado à idolatria (adoração que não seja a Yavé) segundo a
lei do livro, “Josias tirou também todas as casas dos altos que havia
nas cidades de Samária, e que os reis de Israel tinham feito para
provocarem o Senhor à ira, e lhes fez conforme tudo o que havia feito em
Betel. E a todos os sacerdotes dos altos que encontrou ali, ele os matou
sobre os respectivos altares, onde também queimou ossos de homens;
depois voltou a Jerusalém. Então o rei deu ordem a todo o povo dizendo:
Celebrai a páscoa ao Senhor vosso Deus, como está escrito neste livro do
pacto” (II Reis, 23: 19-21). Ali está registrado que “não se celebrara
tal páscoa desde os dias dos juízes que julgaram a Israel, nem em todos
os dias dos reis de Israel, nem tampouco nos dias dos reis de Judá” (v.
22). Conferindo todas as descobertas sobre a história anterior, que
acreditam ter sido encontrada na reforma do templo, não é difícil
perceber que essa “páscoa” nunca existira antes.
Josias estava disposto a fazer o que estava predito: buscar o restante
de Israel que estava exilado na Assíria e estabelecer aquele reino
eterno dos hebreus. Mas, apesar de todo o preparo ideológico contido no
livro, Josias não conseguiu estabelecer o reino unido. Foi morto em uma
batalha, e Judá foi dominada pelo Egito. Depois veio Babilônia.
“Nos seus dias subiu Faraó-Neco, rei do Egito, contra o rei da Assíria,
ao rio Eufrates. E o rei Josias lhe foi ao encontro; e Faraó-Neco o
matou em Megido, logo que o viu.
...
E o povo da terra tomou a Jeoacaz, filho de Josias, ungiram-no, e o
fizeram rei em lugar de seu pai.
...
Ora, Faraó-Neco mandou prendê-lo em Ribla, na terra de Hamate, para que
não reinasse em Jerusalém; e à terra impôs o tributo de cem talentos de
prata e um talento de ouro. Também Faraó-Neco constituiu rei a Eliaquim,
filho de Josias, em lugar de Josias, seu pai, e lhe mudou o nome em
Jeoiaquim; porém levou consigo a Jeoacaz, que conduzido ao Egito, ali
morreu. E Jeoiaquim deu a Faraó a prata e o ouro; porém impôs à terra
uma taxa, para fornecer esse dinheiro conforme o mandado de Faraó.
Exigiu do povo da terra, de cada um segundo a sua avaliação, prata e
ouro, para o dar a Faraó-Neco. Jeoiaquim tinha vinte e cinco ano quando
começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém.
...
Jeoiaquim dormiu com seus pais. E Joaquim, seu filho, reinou em seu
lugar. O rei do Egito nunca mais saiu da sua terra, porque o rei de
Babilônia tinha tomado tudo quanto era do rei do Egito desde o rio do
Egito até o rio Eufrates. Tinha Joaquim dezoito anos quando começou a
reinar e reinou três meses em Jerusalém.
...
Naquele tempo os servos de Nabucodonosor, rei de Babilônia, subiram
contra Jerusalém, e a cidade foi sitiada. E Nabucodonosor, rei de
Babilônia, chegou diante da cidade quando já os seus servos a estavam
sitiando. Então saiu Joaquim, rei de Judá, ao rei da Babilônia, ele, e
sua mãe, e seus servos, e seus príncipes, e seus oficiais; e, no ano
oitavo do seu reinado, o rei de Babilônia o levou preso. E tirou dali
todos os tesouros da casa do Senhor, e os tesouros da casa do rei; e
despedaçou todos os vasos de ouro que Salomão, rei de Israel, fizera no
templo do Senhor, como o Senhor havia dito. E transportou toda a
Jerusalém, como também todos os príncipes e todos os homens valentes,
deu mil cativos, e todos os artífices e ferreiros; ninguém ficou senão o
povo pobre da terra” (II Reis, 23: 29, 30, 33-36; 24: 7-14).
Como a própria Bíblia relata, quando deveria surgir o Messias e
estabelecer o reino universal e eterno, Judá passou da opressão assíria
para o jugo egípcio, e depois veio Babilônia, que se tornou a grande
potência da época, o domínio da Assíria se acabou, e o povo de Israel
não foi libertado por ninguém de Judá, mas se tornou cativo de Babilônia
juntamente com Judá; coisa bem diferente do que dizia a profecia.
Depois da Babilônia, vieram os impérios Medo-Pérsia, Grécia e finalmente
Roma, e, como a Assíria já nem existia mais, deveriam perceber que não
haveria o tal messias. Mas, diante de tantas maravilhas contidas no
livro que os escribas disseram ter achado no templo, o povo continuou a
esperar que um dia esse messias viesse. Yavé não iria mentir.
Nos dias romanos, sete séculos após a época em que deveria vir o tal
libertador, muitos surgiram dizendo-se o "messias", e todos foram mortos
executados pelos romanos, entre eles talvez esse Jesus de Nazaré, que a
maior parte do mundo atual acredita ser o messias.
Jesus não podia ser o messias, pelas seguintes razões:
a) O messias deveria surgir quando a Assíria entrasse nas terras de
Judá; mas a Assíria se acabou sem que o messias surgisse;
b) O messias deveria livrar o povo de Judá e reunir a ele o restante,
Israel, estabelecendo um reino mundial, destruindo as nações que não
adorassem a Yavé; mas Jesus, além de vir muito fora da época
determinada, se realmente tiver existido, foi morto pelos romanos, e o
povo caiu em uma situação pior do que todas as anteriores: foi disperso
pelo mundo.
Como já disse, Jesus não foi o único que apareceu dizendo ser o messias.
O livro Atos dos apóstolos afirma que, quando as autoridades pretendiam
matar alguns apóstolos cristão, “...levantando-se no sinédrio certo
fariseu chamado Gamaliel, doutor da lei, acatado por todo o povo, mandou
que por um pouco saíssem aqueles homens; e prosseguiu: Varões
israelitas, acautelai-vos a respeito do que estais para fazer a estes
homens. Porque, há algum tempo, levantou-se Teudas, dizendo ser alguém;
ao qual se ajuntaram uns quatrocentos homens; mas ele foi morto, e todos
quantos lhe obedeciam foram dispersos e reduzidos a nada. Depois dele
levantou-se Judas, o galileu, nos dias do recenseamento, e levou muitos
após si; mas também este pereceu, e todos quantos lhe obedeciam foram
dispersos. Agora vos digo: Dai de mão a estes homens, e deixai-os,
porque este conselho ou esta obra, caso seja dos homens, se desfará;
mas, se é de Deus, não podereis derrotá-los; para que não sejais,
porventura, achados até combatendo contra Deus.” (Atos, 5:34-39).
Após a morte de Jesus, os evangelistas fizeram várias adaptações de
textos do velho testamento como previsão sobre Jesus. A isso se deve o
grande sucesso do Cristianismo.
Mateus disse que o Nascimento de Cristo de Maria era o cumprimento do
que fora predito: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o
qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco” (Mateus,
1:23).
Mas o tema era bem outro: o profeta falava da ingratidão do povo de
Israel e do filho que nasceria da profetisa sua esposa:
“Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem
conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel. Manteiga e
mel comerá, quando ele souber rejeitar o mal e escolher o bem. Pois
antes que o menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, será desolada
a terra dos dois reis perante os quais tu tremes de medo. Mas o Senhor
fará vir sobre ti, e sobre o teu povo e sobre a casa de teu pai, dias
tais, quais nunca vieram, desde o dia em que Efraim se separou de Judá,
isto é, fará vir o rei da Assíria.” (Isaías, 7: 14-17).
Prossegue um pouco adiante:
“E fui ter com a profetisa; e ela concebeu, e deu à luz um filho; e o
Senhor me disse: Põe-lhe o nome de Maer-Salal-Has-Baz. Pois antes que o
menino saiba dizer meu pai ou minha mãe, se levarão as riquezas de
Damasco, e os despojos de Samária, diante do rei da Assíria.” (Isaías,
8: 3). Aí ficou mais claro de quem o profeta falava. Nada tinha a ver
com Jesus.
O mesmo Mateus escreveu ainda outra, referindo-se a Jesus:
“... e lá ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora
dito da parte do Senhor pelo profeta: Do Egito chamei o meu Filho”
(Mateus, 2: 15).
Outra adaptação mais furada: ao ler Oséias, 11:1, 2, temos:
“Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei a meu filho.
Quanto mais eu os chamava, tanto mais se afastavam de mim; sacrificavam
aos baalins, e queimavam incenso às imagens esculpidas.”
Oséias estava falando da nação israelita, referindo-se à sua estada no
Egito, nada de predição sobre ninguém. Esse é a mais grosseira das
adaptações feitas pelos cristãos.
Pedro também argumentou que Davi tivesse predito a ressurreição de Jesus
Cristo:
“pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu
Santo veja a corrupção” (Atos, 2: 27).
O que está escrito no Salmo 16 é um hino em que Davi expressava a sua
confiança no seu deus, que não o desampararia, dizendo no versículo 10:
“Pois não deixarás a minha alma no Seol, nem permitirás que o teu Santo
veja corrupção.” Nada indica ser uma predição referente a uma pessoa do
futuro.
Além das adaptações de textos para transformar Jesus no Messias, a nova
doutrina, “ressurreição dos mortos”, pareceu muito atraente aos
religiosos.
E, assim, os cristãos conseguiram convencer muita gente e, com o passar
dos séculos, até o imperador romano acreditou na estória e se tornou
cristão, preparando o caminho para o Cristianismo sangüinário que
vigorou na Roma papal. E, como a estória já estava bem preparada havia
muito tempo, o Cristianismo se ramificou em milhares de religiões e
tornou-se a maior religião do mundo, tudo tendo como forte base o livro
engendrado nos dias de Josias.
Como o Messias deveria libertar o povo e estabelecer o reino nos dias da
Assíria, e a Assíria nem existe mais, e isso não aconteceu, o Messias
nunca existiu, nem poderá existir. Como se vê, não são os ateus nem os
judeus, mas a própria Bíblia que informa que o messias não existiu, mas
os cristãos adaptaram grosseiramente textos do Velho testamento a seu
Jesus, com o que convenceu primeiramente os povos incultos, que não
tinham como conferir todos os textos, vindo posteriormente, com a crença
mais fortalecida, convencer até o imperador romano, o que propiciou a
expansão do cristianismo pelo mundo.
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