Envelhecer e morrer é uma
realidade inevitável, que todos nós gostaríamos de contornar. Contudo,
não obstante os espantosos avanços científicos, ainda não nasceu o homem
imortal. O processo de envelhecimento, entretanto, pode ser retardado ou
acelerado pela maneira como consumimos nossas energias. Assim é melhor
sabermos o que é recomendável e o que não devemos fazer... Por outro
lado, no campo da imaginação, muita gente já encontrou solução contra a
morte. São três as soluções no campo da crença: reencarnação,
imortalidade da alma e ressurreição.
O homem primitivo, na tentativa de explicar por que envelhecemos e
morremos, chegou à conclusão de que o criador de todas as coisas fez o
homem imortal, mas o condenou à morte por ele haver pecado, isto é,
contrariado às suas ordens. E, em sua distraída criatividade, houve
alguém capaz de interpretar o fruto proibido do Eden como sendo a
relação sexual. Daí foi que surgiu a reza católica que diz: “Oh Maria
concebida sem o pecado original...” (Maria, a mãe de Jesus, por obra
divina teria nascido de um casal idoso, sem proceder de uma relação
sexual, assim como também teria ia concebido Jesus por obra do Espírito
Santo, sem o devido ato). Seria bastante paradoxal o criador dizer:
“Sede fecundos, multiplicai e enchei a terra” e, depois, proibir o ato
sexual, a não ser que o homem fosse multiplicar-se por cissiparidade,
como as bactérias.
A mitologia diz que Júpiter, o deus dos deuses, transformou a ninfa
Juventa em uma fonte cuja água devolvia a mocidade, donde surgiu a
palavra juventude. Mas Júpiter escondeu a fonte, e ninguém sabia onde
ela ficava.
O avanço científico já nos permite viver bem mais do que os homens do
passado. No entanto, ainda não se consegue prolongar indefinidamente uma
vida humana nem de qualquer animal metacelular. Porém, no campo
imaginário, o homem criou alternativas contra a morte: em determinado
momento da evolução humana, talvez deduzido dos sonhos, fenômenos tão
complexos que nos enganam facilmente, alguém imaginou que a morte não é
o fim da vida: surgiram algumas alternativas para superar a conseqüência
letal da desobediência de Adão e Eva, que, segundo as crenças,
permaneceu sobre todos nós:
1. RESSURREIÇÃO - Desde os babilônios, os deuses teriam prometido
ressurreição dos mortos. E, para o Cristianismo, o criador mandou seu
filho para morrer pelo homem, para que os bons mortos retornassem à
vida, desta vez uma vida eterna e sem sofrimentos; os maus, por sua vez,
devendo serem lançados num lago de fogo, onde a fumaça do seu tormento
sobe para todo o sempre.
2. IMORTALIDADE DA ALMA - Os bons, ao falecerem, não se extinguem, mas
passam diretamente para outra vida, esta eterna e cheia de glória; ao
passo que os maus vão arder infindavelmente no lago de fogo do Diabo,
que hoje chamam de inferno. Seria bem injusto o criador que, por uns
poucos anos de desobediência, condenasse a sua criatura a um suplício
sem fim, não é?
3. REENCARNAÇÃO - Uma terceira alternativa contra a morte surge com a
denominada reencarnação: o homem morre, mas nasce novamente em outro
corpo, passando assim por vidas sucessivas. Essa crença parece ser
de origem indiana. Mas foi assimilada por parte dos judeus e dos
cristãos também.
Se você aceita uma dessas três alternativas, ou você viverá feliz,
crendo que um dia estará livre de todos os sofrimentos que este mundo
lhe impõe e terá uma vida infindável, feliz para sempre; ou ficará
sempre preocupado com as conseqüências de seus pecados, que você não
consegue evitar, horrorizado com a hipótese de ficar preso ardendo em
chamas para todo sempre. São os dois lados da moeda, como popularmente
se diz. Você aceitou uma dessas saídas contra a morte? Tenha aceitado ou
não, sei que não tem dúvida de que vai morrer, assim como eu e os demais
seres viventes. A diferença é que eu acredito que daqui a mais algumas
décadas terei um fim, e você, se religioso, crê que terá nova vida após
a morte, para viver feliz para sempre, ou queimar-se eternamente, o
maior horror já imaginado.